"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou
pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta minha alma falando e
cantando,
às vezes chorando..." Clarice Lispector


domingo, 10 de julho de 2011

Em "Morte e Vida de Charlie" e "Depois de Partir", filmes parecidos na essência, o pensamento do espectador viaja para além da vida e dos valores que damos a ela.


Será quantas vezes, além do nosso nascimento, temos chance de permanecer nesta vida?


Fomos escolhidos para estar neste lugar, neste tempo e cercado de pessoas que estão neste mesmo espaço e instante - alguns fazem tão parte de nós que são responsáveis pela nossa "humaneidade", pelo nosso autoconhecimento. Eis aí o segredo e o mistério dos filmes e da nossa estada por aqui.


Pode parecer filosófico ou espiritual demais, mas, a verdade é que renascemos várias vezes, e, jamais saberemos quantas e porque.


Nessa trilha que é a vida, existem fendas, pedras, oceanos profundos, flores e pó.....Nascemos e morremos todos os dias. Esbarramos por pessoas na rua, nos apaixonamos, amamos e separamos. Ganhamos e perdemos. Queremos o controle. Nos descontrolamos pois a vida não é passível de segurança.


Vivemos num vácuo apesar de estarmos aparentemente preenchidos. Na parte estreita deste caminho o equilíbrio é o mais importante. A fé é a salvação, quem sabe a única.


Que as fendas sejam esconderijos de felicidade. Que os oceanos sirvam para o nosso mais profundo despertar. E que as pedras façam com que tropeçemos para juntar as flores do caminho.


Temos um porque de estarmos aqui. Mesmo que doa. E sempre dói.


( Lisa Susin/julho de 2011)


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