"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou
pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta minha alma falando e
cantando,
às vezes chorando..." Clarice Lispector


sábado, 28 de maio de 2011

111 (Cartas Extraviadas de Martha Medeiros)

te agradeço a paciência e o tempo dedicado
estiveste presente de acordo com tua disponibilidade e foi presença sincera e suficiente
agradeço também, porque é igualmente importante, todo o riso provocado, amostra de uma inteligência assombrosa compartilhada a dois, tão pouca platéia para tamanho talento
obrigada pelo teu não egoísmo, pelo verbo no gerúndio
nada em nós no particípio, tudo sendo construído
agradeço por teres surgido sem formato padronizado
sem valores catados na rua e adotados como se fossem próprios
teu jeito singular de pensar e lidar com o imprevisto fez toda a diferença
obrigada por proporcionares a solidão necessária
um dia há de ser descoberto o segredo desta nossa união
agradeço a tolerância, a gentileza e o mistério
principalmente o mistério, que até hoje não decifro, nem devo, nem quero
é dele o mérito de ter nos tornado eternos

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